O twitter da @mafaldamonacast me levou ao seu post, excelente, no Monalisa de Pijamas sobre os 50 anos do Maurício de Sousa. O comentário que fiz no post, me empolgou para escrever.
Foi aos 7 anos de idade que minha mãe chegou em casa com um almanaque do Cebolinha: “Novos planos infalíveis” era o título. Não consegui mais parar de ler as histórias da baixinha, dentuça e sua turma.
Era o início da década de 80 quando comecei a colecionar e correr atrás de histórias mais antigas. E fui sendo alfabetizado, textual, verbal e visualmente, com as histórias da turminha. Haviam histórias de uma profundidade que hoje já não são mais frequentes. O que me cativava não eram somente as ilustrações, mas o ritmo e os argumentos. Aquelas histórias tinham entrelinhas, metáforas e signos que tocavam fundo.
Um exemplo é a clássica “As emoções bárbaras” na revista Cebolinha, que inclusive, se não me engano, ganhou um prêmio famoso dos quadrinhos (irei confirmar). Fala sobre evolução, emoções, humanidade (nesse link história completa).
As elocubrações profundas de Horácio, retrato de uma época carente de conteúdo, se tornaram mais leves, os contos dos “Aniversários da Mônica” deixaram de existir e clássicos como “A princesa e o Robô” marcaram uma época. Maurício foi sim um inovador. Os quadrinhos da Mônica eram um universo leve mas de conteúdo, para qualquer idade.
A vida bucólica e cheia de experiências de Chico Bento ficou menos intensa. Haviam histórias de arrepiar, como aquela em que o Chico acorda um dia pela manhã e não reconhece ninguém, parece ser outra pessoa, da cidade grande e sua mãe, seu pai, Rosinha o acolhem mostrando para ele a vida que levam. Ao final ele acorda Chico novamente. Essa história é cheia de metáforas e entrelinhas fantásticas.
Comecei a desenhar influenciado por esse mundo. Depois outras referências surgiram, mas a turminha foi a primeira. De ilustrador passei a animador, depois entrei no mundo das gráficas, design e parei na publicidade.
Anos depois, lá pelos meus 24 anos de idade, tive a oportunidade de, em um evento ainda em Floripa, ganhar um Cascão (meu favorito) desenhado e assinado pelo Maurício de Sousa. Tá lá guardado.
Recomendo o post do Gustavo Palma no Escritureira, que também me inspirou a escrever esse.
Outros links legais:
Crônicas do Maurício
Post da Mafalda no Monalisa de Pijamas
Turma da Mônica Cresceu, no Comunicadores
Mônica aos 40, no Planeta Gibi
Revista da Mônica – Todas!